Por Agnaldo Gomes

"Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez."

Os acontecimentos acima são um relato verídico de uma pessoa que viveu em completa harmonia e temor à Palavra de Deus.

Estes acontecimentos, contidos no livro de 2 Coríntios 11:24-27, fizeram parte da vida do Apóstolo Paulo, um homem escolhido pelo Senhor Jesus e que foi um marco na história do evangelho.

Ao ver hoje muitas Igreja abraçando a teologia da prosperidade, a confissão positiva, dentre tantas outras 'doutrinas', será que Paulo encontaria lugar para congregar em algumas delas sem ter que aprender o 'reformado evangelho' ensinado por muitos pastores,bispos e apostólos modernos, onde o sofrimento, as lutas, a fome, a nudez, etc. é visto sempre como falta de fé ou pecado?

Se vasculharmos todo o Novo Testamento, sobre a vida do Apóstolo Paulo, jamais vamos encontrá-lo determinando ou exigindo uma atitude de Deus para se ver livre de todas as lutas que teve que passar pela causa de Cristo.

Com certeza também, ele não ia a nenhuma 'sessão do descarrego, 'show da fé' ou á 'novena da sagrada família'.

Também não deu o 'seu Isaac' e nem o 'seu tudo'. Muito menos tentou expulsar o 'demônio da perseguição' ou repreender o 'espírito de destruição'.

Enfim, o Apóstolo Paulo não fez uso de tantas táticas, superstições e misticismos que têm invadido as Igrejas nos dias de hoje.

Ele sabia muito bem o que é ser um verdadeiro cristão:

"Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece."
(Filipenses 4:12,13)

E que viver um evangelho que só visa as mãos do Mestre, é viver um evangelho enganoso, mesquinho e egoísta.

E nos ensina que deveríamos viver na mesma dimensão que foi exposta pelo Profeta Habacuque:

"Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. "
(Habacuque 3:17-19)

É preciso nos conscientizarmos que devemos seguir a Cristo independentemente de qualquer situação e que nem sempre as lutas que passamos são frutos de nossos erros.

O Senhor é soberano e devemos estar com Ele, aconteça o que acontecer.

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10 Comentários
  1. Thiago Pinheiro 19 de março de 2008 às 22:03  

    "Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte." (II Coríntios 12 : 10)

    É amigo, as pessoas não querem carregar a própria cruz. Querem ir por atalhos, "macumba gospel", e por outros caminhos estranhos.

    É uma pena.

    Deus te abençoe!

  2. Guiomar Barba 20 de março de 2008 às 16:45  

    Olá querido irmão, ficou muito bonito seu blog.
    Amei a mensagem, sabemos que o tempo do mercado da fé foi profetizado, mas realmente não podemos calar a nossa voz. Parabéns e que Deus continue contando com vc como uma voz neste deserto de homens comprometidos com O Senhor.

  3. Elaine 25 de março de 2008 às 17:29  

    Verdadeiramente, "pequenos Cristos", isto é, "cristãos", devem viver como Cristo viveu. O nome que levamos dEle já nos diz tudo...

    Ainda existe uma cruz, e isso envolve sofrer as dores que Ele sofreu. É o Evangelho da renúncia. Mas não a renúncia das lutas, como o evangelho da prosperidade prega. E sim da renúncia de si mesmo... como nosso Mestre, como Paulo, como qualquer um que verdadeiramente conheceu a Deus e quis ser chamado "Seu amigo"!

    Shalom!

  4. Anônimo 26 de março de 2008 às 13:06  

    Acho muito importante e valorizo e respeito o seu texto, pois concordo com muito do que você expos. Mas acho que é bom lembrar que também é errado pensar que a vida do cristão deve ser de dor, sofrimento e luta. Existe uma tendencia ao "coitadinho" e devemos nos lembrar que não somos salvos por obras.
    Talvez muita coisa seja criada e pregada por aí, mas não creio que devemos atacar sem profundo conhecimento. Não sou da igreja da Graça, mas assisto ao "Show da Fé". Gosto muito do programa, que é o único que está evangelizando em horário nobre. Talvez nem eu e você fazemos isso. Nunca vi eles falando em determinar a Deus, mas usam esse termo para designar tomar posse da Palavra. Enfim, não quero defender o "Show da Fé", só não acho legal criticar e julgar os outros (coisa que nós crentes adoramos fazer), sendo que todos nos somos falhos e nossa sabedoria é nada diante da de Deus.
    Mas parabéns pelo texto.

    Fica com Deus.

  5. Agnaldo 26 de março de 2008 às 14:08  

    Caro irmão Victor Hugo,
    Agradeço sua visita e também o comentário.

    Quanto ao texto, segue alguns pontos:

    1-Para mim crente nunca é e nem nunca será um 'coitadinho'.Pois pertecemos a Cristo, isso por si só basta.A tal 'tendência do coitadinho' é relativa.

    2-O texto não ataca a Igreja da Graça e nem nenhuma outra Igreja.O problema não está em nomes de campanhas ou programas de TV e sim na essência do que se é ensinado. Se é bíblico ou não.

    3-Julgar só Deus, concordo com você.O texto não faz 'julgamento' de ninguém e de nehuma instituição.

    4-Quanto a crítica, acho o contrário. O crente deve sim,ter o direito de criticar algo que não esteja de acordo.O que não pode é fazê-lo para denegrir ou atacar as pessoas ou às instituições. Mas dentro da Palavra, com certeza.

    5-Este é um blog. Portanto, tento pregar a Palavra através do mesmo, sabendo que não sou perfeito, como ninguém é, mas que posso expressar a minha opinião e respeitar as dos outros.

    Um grande abraço, na Paz do Senhor,
    AGNALDO - Editor do Jesus OnLine

  6. Anônimo 27 de março de 2008 às 06:54  

    muito bom o post parece até de revista evangelica. ta bom pra encrever, em:

  7. Anônimo 27 de março de 2008 às 11:03  

    Olá, Agnaldo.

    Desculpe-me se pareci ofensivo. Não foi a intensão. Gostei realmente do seu texto o que me tem feito refletir bastante.
    Lendo agora o que escrevi parece que não evangelizamos, né? O que quis dizer é em horário nobre e na TV aberta. Creio que seu blog está evangelizando sim e discipulando, pois esse seu texto, que foi o primeiro que li do blog, tem me feito pensar e foi o primeiro texto de blog que eu comentei e ainda voltei para comentar.
    Bom ver, que o irmão é uma pessoa sensata e aberta ao dialogo. Voltarei mais vezes ao blog. Continue fazendo a obra.

    Forte abraço. Fica com Deus.

    Victor

  8. Agnaldo 27 de março de 2008 às 15:29  

    Amado irmão Victor Hugo,
    Será sempre um prazer a sua visita ao blog.
    Estarei sempre aberto às críticas ou sugestões para que possa melhorar os textos e o blog em geral.
    É muito importante a opinião dos leitores.

    E também quero dizer que não o achei ofensivo, apenas procurei esclarecer alguns pontos da postagem.

    Fica na Paz, amado.
    Um braço,
    AGNALDO

  9. Anônimo 27 de março de 2008 às 17:00  

    Muito bem amigo, Que Deus abençoe esta iniciativa, frutificando em almas que por ventura possam ler este blog.
    Quer trocar links? Abraços

  10. Agnaldo 28 de março de 2008 às 08:21  

    Caro Chico Espindola,
    Faltou deixar a Url do seu blog.
    Um abraço,
    Agnaldo Gomes