Em 5 de Outubro serão realizadas as eleições 2008 no qual o povo brasileiro irá escolher novos prefeitos e vereadores.
Com o crescente aumento de pastores, missionários, bispos, cantores gospel e crentes em geral na política, é certo que as igrejas evangélicas em breve serão invadidas por inúmeros candidatos em campanha eleitoral.
Na contramão dessa "invasão", tenho opinião que a relação igreja/política, do jeito que está acontecendo, é mais prejudicial do que benéfica para a imagem do Corpo de Cristo.
Que o crente tem o direito, como cidadão, de participar ativamente da política do seu país e até a sair candidato a algum cargo é líquido e certo.
Porém, o que não consigo me conformar é com as alianças e conchavos que muitos ministérios fazem com políticos inescrupulosos em troca de favores, doações e outros interesses.
Mesmo líderes, que dizem "serem chamados por Deus" para o "ministério da política", acabam usando a Bíblia de forma errada, quando sobem nos púlpitos para citarem versículos isolados na tentativa de justificarem suas propagandas dentros das igrejas.
Sem contar os que usam jargões como: "o crente deve dominar todas as áreas da sociedade", "não vote em ímpio" ou o famoso "irmão vota em irmão".
Com isso acabam cometendo dois erros graves: contra a livre escolha dos fiéis, pois são cidadãos de um país democrático e outro contra a própia Palavra de Deus e Sua igreja, que não é e nem nunca foi lugar de outra coisa a não ser os propósitos do Reino.
Alguns adoram citar José, que governou o Egito, como se as circustâncias e os propósitos fossem os mesmos.
É uma manipulação barata. Afinal o crente não vai escolher o pastor da convenção ou da igreja e sim administradores públicos, que podem ser competentes e honestos independentemente de serem cristãos.
Volto a afirmar, acho que todos possuem o direito de participar da política.
Mas se a pessoa pertence a igreja de Cristo e acha que deve se candidatar e fazer campanha, que faça fora da igreja.
Que respeitem a santidade da Casa do Senhor, não misturando os interesse de Deus com a sua opção pessoal de vida.
A Casa do Senhor precisa ser preservada e seus ministros atentarem que ela é lugar de tratar "somente" daquilo que pertence ao Reino de Deus.
É como diz a Bíblia:
"E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração." (Mt 21:13 a)
"Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." (Is 56:07b. 7 )
Portanto, vamos respeitar a consciência dos fiéis e principalmente a santa Igreja de Cristo.
Piores que os candidatos evangélicos que usam os púlpitos como palanque são os pastores que, além de liberarem os púlpitos ainda querem obrigar (literalmente) as ovelhas a apoiarem o seu candidato pessoal.
Eu já vivi essa experiência e, depois de me retirar de dentro do templo ao ver essa nojeira, tive que escutar sermão e "pagação de sapos" na pregação do culto seguinte (juntamente com outros irmãos que também não consentiram com essa falta de respeito à santidade de Deus).
Mas não me pesa a consciência. Sei que a Bíblia é clara quando diz que tudo é lícito, mas nem tudo convém.
Basta usar o bom senso cristão que prioriza sempre a santidade.
Basta usar da espiritualidade e ouvir a voz do Espírito.
Basta temer a Deus.
Pronto.
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Shalom.
Elaine
Sou americano e fiquei impressionado com esta situação de políticos nas igrejas brasileiras enquanto moravo no Brasil. Uma vez um homem me falou que não deu para encontrar comigo certa noite porque os pastores da igreja dele mandou todo mundo ir numa reunião da sede municipal da denominação. Era para ouvir os políticos apoiados pela igreja falar.
Cristão podem procurar ser governantes, mas existe perigo. O poder corrompe. A igreja precisa ter a autonomia para enfrentar o poder caído com a verdade e a justiça. Como pode ter isso quando tem laços fortes aos políticos?
Passando para dizer que concordo com o irmão Adam Gonnerman, e também para ver se há atualização... é que fluem águas vidas daqui!!!
=D
Shalom.
Pois é caros irmãos Adam e Elaine.
A situação está crítica dentro das Igrejas e não adianta tentarmos 'tapar o sol com a peneira'.
Eu e minha esposa passamos por uma situação muito triste no primeiro ministério onde congregávamos aqui em SP.
Certa vez o nosso pastor nos convidou juntamente com alguns obreiros para uma pequena reunião antes do culto e pensávamos que era algo relacionadao há alguma atividade da Igreja.
Para nossa surpresa era para nos apresentar um candidato a Deputado Estadual e ao mesmo tempo pedir para que lutassemos para conquistar votos para o mesmo, pois o mesmo ia ajudar a Igeja financeiramente.
Ficamos totalmente sem palavras naquele triste momento, mas é claro, não cumprimos tal 'ordem'.
Esperávamos fazer alguma coisa pela Obra de Deus e não participar de conchavos políticos.